'Prévia do PIB' mostra recuo do nível de atividade em agosto, diz BC
Depois de subir em julho, o nível de atividade econômica recuou 0,53% em agosto deste ano, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (13) pelo Banco Central. No mês retrasado, o Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), indicador que tenta antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB), somou 142,3 pontos, contra 143,07 pontos em julho.
Nos oito primeiros meses deste ano, por sua vez, o crescimento da atividade econômica, segundo dados do IBC-Br, foi de 3,43%. Com isso, houve desaceleração frente ao resultado dos sete primeiros meses deste ano, que foi de 3,68%. No primeiro semestre, a taxa de crescimento estava em 3,74% - abaixo também dos 3,94% de expansão registrados até maio.
Em doze meses até agosto, ainda de acordo com números do Banco Central, a taxa de expansão do IBC-Br foi de 4,07%, também abaixo do registrado em doze meses até julho (+4,52%) e até junho (4,89%). Nos doze meses encerrados em maio, a taxa de expansão estava em 5,34%. Os números, deste modo, também mostram desaceleração da taxa de crescimento no critério em 12 meses.
IBC-Br
O IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do PIB e ajudar a autoridade monetária na definição da taxa básica de juros (Selic). O Banco Central explicou que o IBC-Br "constitui uma medida antecedente da evolução da atividade econômica".
Antes divulgado por estados, e por regiões, desde o início deste ano o indicador passou a ser calculado com abrangência nacional. O índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, da indústria e do setor de serviços, além dos impostos.
"A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores da economia acrescida dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção+importações)", explicou o Banco Central, por meio do relatório de inflação de março do ano passado.
Definição dos juros
O IBC-Br é uma das ferramentas utilizadas pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia brasileira. Atualmente, os juros básicos estão em 12% ao ano. A taxa começou o ano de 2011 subindo para controlar as pressões inflacionárias. Foram cinco elevações consecutivas até julho deste ano.
Com a piora do cenário internacional, porém, o BC resolveu baixar a taxa no fim de agosto. A previsão do mercado é de que a taxa de juros caia novamente na próxima semana e, depois, dezembro deste ano - terminando 2011 em 11% ao ano.
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas. Para 2011 e 2012, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Para o IPCA, a previsão do mercado para 2011 e 2012 está, respectivamente, em 6,52% e em 5,59%. Deste modo, a estimativa dos analistas ainda está acima da meta central de inflação de 4,5% para este ano e para o próximo. Está, também, acima do teto do sistema de metas neste ano, mas dentro da faixa (entre 2,5% e 6,5%) em 2012. O BC, por sua vez, prevê inflação de 6,4% para 2011 e por volta de 5% para o ano que vem.