Nissan diz que 'pôneis malditos' aproximaram brasileiros da marca
"O consumidor já está cansado dos comerciais de carros correndo em estradas, com o pôr do sol ao fundo", diz Christian Meunier, presidente da Nissan no Brasil.
Após o anúncio da construção de uma fábrica da marca japonesa no RJ, nesta quinta-feira (6), o executivo explicou que a montadora pretende aumentar a participação no mercado local com produção maior, expansão na rede de lojas e estratégias de comunicação, como a do comercial da picape Frontier com os "pôneis malditos".
"A mensagem é o centro da comunicação. Pôneis malditos é uma história de humor que faz sentido e tem fundamento", afirma. Para Meunier, a propaganda lançada em julho passado aproximou a Nissan do consumidor brasileiro, o que já vinha ocorrendo devido a outras ações. Ele citou uma pesquisa de marketing de 2009, sobre reconhecimento de marcas, em que somente 7% responderam Nissan quando perguntados sobre automóveis. Em maio passado, na mesma pesquisa, o percentual foi de 22%. Meunier comemora ainda o fato de a marca ter 100 mil fãs no site de relacionamentos Facebook.
O executivo diz querer surpreender a direção mundial da montadora japonesa, a cargo do brasileiro Carlos Ghosn, antecipando em 2 anos o cumprimento da meta de ter 5% de participação no mercado brasileiro. A matriz espera que isso aconteça até 2016. "Em setembro de 2009, nossa participação era de 0,7%. Agora chegamos a 2% do mercado, com a mesma linha de produtos, que é pequena. Foi tudo uma questão de melhorar a performance da equipe da Nissan do Brasil. Nosso esforço foi para racionalizar e simplificar processos", explica.
Fábrica terá 40% de nacionalização
A nova fábrica em Resende deverá iniciar os trabalhos com 40% de nacionalização, afirmou Meunier quando questionado sobre a exigência do governo brasileiro de que esse índice seja de 65%, no mínimo, para uma montadora não ser obrigada a pagar uma taxa maior do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). "Temos que organizar fornecedores que não têm presença no Brasil", completou.
Segundo ele, a Frontier e a linha Livina, que continuarão a serem produzidas no Paraná, já tem a maior parte das peças nacionais.
March brasileiro
O presidente da Nissan no Brasil afirmou que o compacto March deverá sofrer algumas alterações quando passar a ser fabricado no RJ a partir de 2014. O modelo recém-lançado no país atualmente é importado do México. "Poucas coisas [vão mudar], mas trarão satisfação ao consumidor brasileiro, que é muito exigente", disse Meunier.
"O brasileiro tem uma relação muito forte com o carro, uma conexão muito grande, maior do que em outros países. Para o brasileiro, a emoção fala alto na hora de escolher o modelo", descreveu. "O design é muito importante e também os acessórios, como entrada para USB, sistema Bluetooth. E [o brasileiro quer] tudo isso com preço acessível. A expectativa é muito alta."
Meunier também elogia a mão-de-obra dp país. "É uma mão de obra jovem, com 35 anos, em média, que tem muita energia e moral elevado. É uma base saudável. São todos muito unidos e vestem a camisa da empresa com orgulho. Trabalhamos muito, mas nos divertimos muito também", afirma.