Não há nada mais atraente do que a realidade em 3D

11/09/2011 00:12

 O cineasta alemão Wim Wenders abriu esta semana, no Masp (Av. Paulista 1578; tel.: 3251-5644), a exposição "Lugares, Estranhos e Quietos". São 23 fotografias inéditas de diferentes cidades do mundo. O trabalho ficará em cartaz até 9 de janeiro de 2011 (de terça a domingo, das 11h às 18h) e faz parte da programação da 34 Mostra Internacional de Cinema, que irá reexibir quatro de seus filmes: "Até o Fim do Mundo", "Asas do Desejo",  "Paris, Texas" e "O Filme de Nick". Ter uma exposição no Masp era um desejo do cineasta desde 2008. O próprio Wenders participou da montagem do trabalho e falou ao DIÁRIO.

 
Wim Wenders é um dos nomes mais expressivos do novo cinema alemão




DIÁRIO_ Como começou o seu interesse pela fotografia?

WIM WENDERS_  Eu era pequeno e tinha uma câmera. Tirava fotos de tudo. Nasci com esse vício. Tirava quantas fotos fosse possível. Só era limitado pelos rolos da câmera, pagos com os trocados que ganhava. A melhor coisa é que isso vem com outra paixão minha, que é viajar. Os dois caminham juntos. Acho que esta é a minha profissão, ser um viajante.
 
Não há pessoas em suas fotos. Você pede a elas para saírem da cena para fotografar?
Eu não pediria, porque faço isso o tempo todo nos filmes. Se você tiver paciência, vai achar o momento em que não vai haver ninguém. Eu faço essas fotos sozinhos. Então, eu espero. As vezes há pessoas, mas pequenas. Numa cena de filme, a paisagem fica como pano de fundo, com os atores na frente. Nas fotos, tento mostrar sua importância.
 
Você acaba de filmar um documentário em 3D. Como descreve essa experiência?
Quando começamos as filmagens, em outubro de 2009, as câmeras eram enormes e pesadas. Era desajeitado de fazer. No final da gravação, em junho, as câmeras já estavam bem menores. A tecnologia está evoluindo muito rápido. O futuro será esse. 
Acredito que não há nada mais atraente do que ver uma realidade em 3D.