Futuro do Protocolo de Quioto segue indefinido

11/10/2011 11:05

O Panamá foi a sede da cúpula preparatória para a 17ª Conferência das Partes (COP-17) sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (UNFCCC, sigla em inglês), que vai acontecer em Durban, África do Sul a partir do dia 28 de novembro. Avaliações e opiniões antagônicas seguem sendo a tônica das negociações. O secretariado da Convenção do Clima vê avanços, mas os resultados são classificados como incipientes por organizações ambientalistas.

Conforme a ONU, o encontro marcou um progresso na elaboração de textos decisivos que irão permitir aos governantes concretizar a ajuda financeira para adaptação dos países em desenvolvimento aos impactos do clima. “Houve um bom avanço no Panamá, não só a respeito da adaptação, mas do acesso às tecnologias necessárias para incentivar os países menos desenvolvidos a construírem suas fontes de energias renováveis”, afirma Christiana Figueres, secretária executiva da UNFCCC.

Outro ponto discutido é a continuação do Protocolo de Quioto. Isso porque o primeiro periodo de compromisso termina em 2012 e, a partir daí, não haveria nenhum outro acordo para controlar as emissões de gases de efeito estufa. Para Figueres, há chances de a questão ser resolvida na próxima Conferência, pois “embora os governos tenham diferentes posições sobre o assunto, muitas questões técnicas relacionadas a um novo acordo já foram concluídas e há um forte desejo, de todas as partes, para que uma decisão política seja concluída em Durban”, justifica.

Por outro lado, a World Wildlife Fund (WWF), avalia que ainda há muitos impasses nas negociações climáticas que podem colocar em risco o sucesso da COP-17. Tasneem Essop, chefe de Estratégia e Defesa do Clima, diz que “temos muito o que fazer para avançar e muito pouco tempo para isso. Os países não demonstraram vontade de se comprometerem. Precisamos que os chefes de estado e os ministros, presentes em Durban, ratifiquem o novo Protocolo e comecem a formular um guia para a prevenção das piores consequências que podem advir das mudanças climáticas”.

Essop destaca ainda que o tema-chave para a próxima reunião é o financiamento (para adaptação e mitigação nos países em desenvolvimento), pois ele garante o sucesso das negociações sobre o clima a longo prazo. “Os Estados Unidos, atualmente, são o principal obstáculo para construir uma discussão sobre como os compromissos financeiros a longo prazo podem ajudar os países mais vulneráveis , que já vem sofrendo com aumento da frequência de inundações, do nível do mar e das secas. Esperamos que eles repensem esse assunto, já que fracassar nas negociações não seria uma opção, mas está tornando-se possível se essas pendências não ficarem resolvidas antes da COP-17”, conclui.