Especialistas dizem que tablets da Sony têm problemas de preço e desempenho

06/09/2011 12:15

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 Os novos tablets da Sony não entusiasmaram a crítica e os analistas, que reprovaram o preço e a qualidade dos aparelhos, enfatizando a dificuldade que a Sony enfrenta para reconquistar o topo do segmento de bens eletrônicos de consumo.

 

A Sony ingressou tarde no mercado com seu primeiro tablet, que estará à venda Neste mês, mais de 18 meses depois que a Apple lançou o líder iPad e quase um ano após a Samsung Electronics lançar o GalaxyTab, que ocupa o segundo lugar no setor que a Sony deseja conquistar.

Críticos e analistas destacaram o preço alto e questões de desempenho, sugerindo que a Sony será apenas mais uma concorrente, em vez de líder no mercado de tablets. As duas versões do principal tablet da Sony custarão R$ 799 (US$ 499) e R$ 960 (US$ 599), mesmos valores dos modelos mais baratos da Apple.

Carolina Milanesi, analista da empresa de pesquisas Gartner, comenta o preço dos aparelhos.

- Os consumidores querem tablets, mas não estão preparados para pagar por um produto que não seja um iPad o preço que pagariam pelo iPad. A despeito da marca e do design diferente, um preço próximo ao do iPad criará uma situação desafiadora para a Sony.

Distinções técnicas

Os novos tablets da Sony operam com o sistema Android, do Google, como o GalaxyTab e aparelhos da Acer, Asustek Computer e Motorola Mobility.

A empresa está tentando distinguir seus tablets dos demais aparelhos Android oferecendo recursos como um modelo que serve também de controle remoto universal e outro em formato flip que oferece acesso a alguns jogos de primeira geração do PlayStation.

Em um evento para apresentar os tablets em Berlim, nesta quarta-feira (31), o presidente da Sony, Howard Stringer, descartou preocupações de que a empresa tenha demorado demais para entrar no mercado de tablets.

- Queremos provar que não importa chegar primeiro, e sim fazer melhor.

Com base na recepção inicial, a Sony fracassou quanto a isso.

Críticos de tecnologia elogiaram a Sony pelo design curvilíneo e original do tablet S, que se assemelha a uma revista dobrada e torna mais fácil segurar o aparelho com uma mão, mas a qualidade do hardware foi questionada.

No discreto lançamento dos tablets em Tóquio, a Sony insinuou que poderia ser flexível quanto ao preço, como demonstrou Hideyuki Furumi, vice-presidente da divisão da Sony que produz os tablets.

- Estudaremos a reação do mercado e tomaremos as providências necessárias. Mas não queremos concorrer só no preço, porque oferecemos muitos recursos diferenciados.

Mercado disputado

A Sony está se unindo às muitas empresas de tecnologia que esperam conquistar uma fatia de um mercado no qual muitas vêm tropeçando em sua perseguição à Apple.

A decisão da HP de cancelar seu tablet TouchPad apenas algumas semanas depois do lançamento mostra como é fácil fracassar. As vendas só dispararam depois que a companhia reduziu o preço dos R$ 639 (US$ 399) e R$ 799 (US$ 499) iniciais para R$ 158 (US$ 99), o que levou a HP a anunciar "produção adicional" dos tablets, antes do cancelamento, para atender a demanda.

A Sony afirmou que o tablet S é único porque oferece um controle remoto universal que pode ser usado para aparelhos de som, decodificadores de TV a cabo e televisores.

O aparelho, que conta apenas com conexão Wi-Fi, tem tela de 9,4 polegadas, pesa pouco mais de 600 gramas e possui câmeras frontal e traseira.

A versão de 16 gigabytes (GB) custará R$ 799 (US$ 499) nos Estados Unidos, enquanto a de 32 gigabytes (GB) sairá por R$ 960 (US$ 599). Na Europa, o S custará R$ 1.099 (479 euros). As lojas começaram a aceitar pedidos na quarta-feira, e o aparelho estará disponível ainda em setembro.

O segundo tablet da Sony, o P, tem memória de 4 gigabytes (GB) e formato que lembra o de uma bolsa de mão. O aparelho tem duas telas de 5,5 polegadas que podem formar uma única tela contínua e pesa menos de 500 gramas.

Na Europa, o P custará R$ 1.370 (599 euros) e estará disponível em novembro. A Sony anunciou que o aparelho será lançado nos EUA ainda neste ano, mas não forneceu data ou preço.

Os tablets da Sony se beneficiam do acervo de entretenimento controlado pela companhia, oferecendo serviços de música e filmes, o que pode dar vantagem à empresa sobre rivais, de acordo com Stringer.