
"A deterioração foi causada por uma perda de competitividade do portfolio de smartphones da Nokia, baseados no sistema operacional Symbian, e a transição para a plataforma Windows Mobile", afirma o analista do Moody's, Wolfgang Draack, em seu comunicado. A Moody's cortou a nota da Nokia em dois graus, e os títulos da dívida da empresa estão agora a dois degraus de deixar de ter a recomendação de investimento da agência.
Draack cita ainda a "pressão" pela queda de preços dos aparelhos e o fato de existirem "lacunas no portfolio da companhia, que só agora estão sendo preenchidas".
Perda da liderança
A Nokia encerrou o segundo trimestre de 2011 com prejuízo de 492 milhões de euros, revertendo resultado positivo de um ano antes e perdendo a liderança do mercado de smartphones para a Apple.
O grupo finlandês vendeu 16,7 milhões de smartphones no período, perdendo o posto de maior fabricante de celulares inteligentes para a Apple, que vendeu 20,3 milhões de unidades do iPhone.
A empresa finlandesa criou o mercado de smartphones em 1996 com o primeiro modelo Communicator, mas nos últimos anos não conseguiu responder ao crescimento no segmento das rivais Apple e Research in Motion, além de HTC e Samsung, que utilizam o sistema operacional Android, do Google.
Além do fracasso no mercado de smartphones, com maior potencial de crescimento e margem de lucro mais interessante que a de aparelhos simples, a Nokia amarga ainda queda no número total de telefones vendidos. No trimestre, a empresa teve queda de 20% no volume de vendas em unidades. No pior período em 5 anos, a companhia registrou 88,5 milhões de aparelhos vendidos.
"O caminho de recuperação da Nokia será longo. A deterioração da performance da empresa em smartphones mostra que tempo é a essência na reconstrução de um portfólio coerente de produtos baseados no Windows Phone 7 em 2012", afirmou o analista Geoff Blaber, da CCS.