Doodles mostram a face mais simpática do Google
Coloridos, engenhosos e simpáticos, assim são os Doodles, nome com o qual o buscador Google designa os mais de 700 logotipos que desfilaram por sua página desde 1998 para comemorar festividades como Halloween, aniversários de artistas como o de Freddie Mercury e eventos tais como os jogos olímpicos.
Em agosto de 1998, coincidindo com a celebração do festival de arte e cultura Burning Man, nos Estados Unidos, os fundadores do Google, Serguei Brin e Larry Page, quiseram os seus usuários e informar onde estavam, colocando o bonequinho símbolo da festividade no logotipo da página de buscas.
Poucos podiam imaginar que aquela pequena homenagem ao festival acabaria sendo considerada o primeiro dos mais de 700 Doodles, como foram denominadas estas imagens, com as quais a empresa se apresenta ao mundo em dias especiais.
Comemorações de avanços científicos, como os 115 anos do descobrimento dos raios-X ou as pesquisas no terreno da genética de George Mendel; tributos a artistas tão variados como a pintora Frida Kahlo, os músicos John Lennon, Antonio Vivaldi e o escritor Miguel de Cervantes; inclusive datas especiais da cultura popular, como o dia das mães e o ano novo, fazem parte desta imensa coleção de logotipos.
À frente da equipe que elabora este trabalho está Dennis Hwang, cujo desenho do dia da Bastilha na França em 2000 agradou tanto a Brin e Page que eles decidiram designá-lo para este posto a fim de, a princípio, homenagear algumas datas especiais do ano.
Mas os responsáveis pelo buscador não ficam fechados em seus próprios desenhos. Conscientes da importância que têm os milhões de visitantes que diariamente utilizam seus serviços, eles impulsionaram iniciativas como o "Doodle 4 Google", um prêmio anual aberto a todas as crianças de cinco anos residentes nos EUA e em outros países. As 20 mil escolas americanas participantes enviaram em 2010 ao júri 107 mil Doodles.
Além disso, por causa da Copa do Mundo da África do Sul no ano passado, os encarregados da empresa lançaram em 17 países o concurso "Gosto de Futebol", no qual crianças e jovens competiram para que seu logotipo presidisse a página do portal em seu país durante um dos dias de competição.
Respondendo a esta febre por seus desenhos, o gigante cujos escritórios ficam em Mountain View (Califórnia), dispõe de uma loja online através da qual seus adeptos podem adquirir desde camisetas e xícaras de café até tábuas para skates ou roupa para bebês. Tudo ilustrado com imagens como a que foi dedicada a Jorge Luis Borges pelo 112º aniversário de seu nascimento, ou a que o Google exibiu em honra do multifacetado artista italiano Leonardo da Vinci.
Os doodles mais especiais
A evolução dos Doodles gerados por Hwan e sua equipe nos últimos anos foi notável. Do simples desenho utilizado no dia de Halloween de 1999 se passou a complexas representações que incluem animações, vídeos e inclusive permitem ao visitante interagir com elas.
Um exemplo destas últimas corresponde ao Doodle que o buscador utilizou em maio de 2010 para lembrar os 30 anos do popular jogo Pac-Man. Os mais nostálgicos puderam relembrar durante 24 horas um dos grandes sucessos das máquinas recreativas dos anos 1980.
Outros dos Doodles mais comentados na rede foram o violão elétrico interativo que a empresa desenhou no 96º aniversário do nascimento do músico americano Les Paul; a espetacular animação dedicada ao cantor Freddie Mercury quando se completaram 65 anos de seu nascimento, ou o divertido vídeo com o qual honraram o falecido ator Charles Chaplin.
Às voltas com os doodles
Mas nem tudo foi alegria para os donos do buscador, pois no dia 24 de março deste ano eles se viram obrigados a retirar de sua versão argentina a ilustração com a qual celebraram o 137º aniversário do nascimento do ilusionista Harry Houdini, após as queixas dos usuários daquele país.
O motivo da indignação popular se deveu à fatídica coincidência do nascimento de um personagem famoso por fazer desaparecer as pessoas com a comemoração dos 35 anos do golpe de Estado que, em 1976, abriu passagem para uma ditadura militar, que deixou cerca de 30 mil desaparecidos.
Naquele mesmo mês, o Google teve que enfrentar várias críticas quando o Escritório de Patentes e Marcas Registradas dos EUA (USPTO) anunciou a aprovação da solicitação do Google para patentear seus logotipos personalizados.
A solicitação foi aceita quase uma década depois que a companhia apresentou o pedido, e analistas como Matt Rosoff, do Business Insider, qualificaram como "absurda" esta concessão, apontando que a descrição dos Doodles recolhida na patente não se distinguia da política seguida por outras páginas de internet na personalização de seus logotipos.