Dólar cai pelo terceiro dia seguido e perde quase 1% nesta terça-feira

28/09/2011 06:08

O dólar comercial emendou a terceira queda consecutiva nesta terça-feira (27), fechando em queda de quase 1% como resultado do otimismo no mercado externo com medidas que possam amenizar a crise da dívida na Europa..


Apesar das quedas recentes, a divisa dos Estados Unidos ainda acumula valorização de 13,34% ao longo de setembro. No ano, a alta do dólar em relação ao real é de 8,34%.A moeda norte-americana fechou vendida a R$ 1,805, baixa de 0,93%. Nos últimos três pregões, o dólar recuou 5%.

O clima no mercado internacional era de confiança e investimento em ativos de risco. As bolsas de valores subiam mais de 1% nos Estados Unidos, as commodities avançavam 2,73% e o dólar perdia espaço ante moedas emergentes e de países desenvolvidos .

O motivo para o melhor humor dos investidores é a possibilidade de medidas que evitem um calote da dívida da Grécia, como a aprovação da próxima parcela da ajuda externa ao país e a alavancagem do fundo europeu de resgate.

O alívio, no entanto, era visto apenas como uma trégua antes de dias ainda turbulentos à frente. "A crise não acabou, pelo contrário. Estamos longe de ter acabado", disse o consultor financeiro da Previbank DTVM, Jorge Lima.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou que o câmbio deve continuar volátil enquanto a crise soberana na Europa não se estabilizar, mas que o BC brasileiro está pronto para atuar no mercado, como fez na semana passada, se identificar problemas de liquidez.

Os investidores também prestaram atenção à possibilidade de que o governo reduza a zero a alíquota do imposto sobre derivativos cambiais, que havia sido introduzida em julho com o objetivo de frear a queda do dólar ante o real.

Tanto Tombini quanto o ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartaram ao longo do dia essa possibilidade.

Na opinião do diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer, a retirada da cobrança poderia evitar uma nova disparada do dólar. "O mercado só buscou R$ 1,95 por conta da falta de equilíbrio entre compradores e vendedores", disse.

A taxa Ptax, calculada pelo Banco Central e usada como referência para os ajustes de contratos futuros e outros derivativos de câmbio, fechou a R$ 1,8008 para venda, em baixa de 2,37% ante segunda-feira.