Chinesas devem adotar novas filosofias para atuar no mercado nacional

27/09/2011 06:14

 

 Chinesas devem adotar novas filosofias para atuar no mercado nacional

As chinesas ganharam um enorme prejuízo no mercado nacional com a imposição de um aumento no IPI. Com isso, o produto chinês deixará de ser competitivo diante dos “nacionais”. No entanto, ainda há margem para que as chinesas continuem firmes e fortes no mercado.

A Chery entrou com liminar e está ameaçada de vê-la cassada. Mesmo assim, a chinesa pode se valer do baixo custo de produção na China e já começar a meta de trabalhar sem lucro no Brasil antes mesmo do início da produção.

Aumentar os preços de acordo com o acréscimo no IPI seria fatal para a marca. Apesar da Chery ainda não teranunciado o que fará depois de 90 dias, outras já mostram suas estratégias.

A JAC, por exemplo, tem um mega-estoque para seis meses. Tempo suficiente para criar uma nova estratégia para manter ou pelo menos elevar o mínimo possível os preços. A JAC anunciou que mantém o projeto da fábrica, negando que teria desistido do investimento.

A Districar já anunciou que vai manter o cronograma normal de lançamentos da Chana, Haima e SsangYong. No entanto, falta saber se os preços também serão mantidos. No que diz respeito a fábrica, a importadora paralisou o projeto.

Já a CN Auto vai optar por repassar o aumento do IPI para alguns modelos, enquanto outros não deverão ter aumento de preço. Além de Hafei e Jinbei, a marca trará a Brilliance.

A Effa-Lifan pretende voltar a produzir em Manaus para não pagar IPI (*), mas a princípio parece que apenas as vans ULC serão feitas por lá. No Uruguai, ainda pairam dúvidas sobre a viabilidade da operação. O governo local reclama do aumento do IPI, e com razão.

E as próximas chinesas? Não sabemos. BYD e Great Wall (CN Auto) já estão testando carros no país, mas será viável sua entrada agora? Talvez adotem a mesma estratégia das demais. Lucros menores, mas presença no mercado. Vai funcionar?

(*) Não só deixa de pagar o aumento do IPI, como o próprio imposto. Além disso, o PPB – Processo Produtivo Básico – permite que a quantidade de peças importadas seja elevada. Seria hora de mais chinesas seguirem o mesmo rumo da Effa?